A obrigatoriedade foi estabelecida em 2017, mas começará a ser aplicada neste ano, fazendo parte da grade de ensino, conforme o plano pedagógico de cada escola
Conselho Nacional de Educação (CNE) decide em introduzir a educação financeira nas escolas brasileiras, conforme as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A obrigatoriedade foi estabelecida em 2017, mas começará a ser aplicada neste ano. De acordo com a Secretaria de Educação do Distrito Federal, como a matéria não fará parte da grade de ensino, cabe às unidades inserirem o novo conteúdo de forma transversal, nas disciplinas lecionadas, conforme o plano pedagógico de cada escola.
Segundo a decisão do Ministério da Educação (MEC), redes de ensino públicas e privadas de todo o Brasil devem se adequar à nova norma para ajustar o currículo e abordar o tema. O assunto será ensinado nas escolas desde a educação infantil até o ensino médio. O objetivo é preparar os alunos para que desenvolvam o hábito de poupar e oferecer conhecimento para que, quando adultos, tomem decisões mais conscientes enquanto consumidores e saibam avaliar os produtos financeiros mais adequados, de acordo com o perfil e objetivos de cada um.
Poupança e dívidas
A Associação de Educação Financeira do Brasil (Aef Brasil) desenvolve metodologias para a disseminação do tema entre estudantes e educadores. Cláudia Forte, superintendente da Aef, acredita que a inserção do tema na grade curricular é uma alternativa para a solução de problemas reais do país, como consumismo, falta de poupança e endividamento da população.
A associação divulgou recentemente o resultado parcial de uma pesquisa feita em parceria com a Serasa Consumidor e a Serasa Experian, segundo a qual a educação financeira nas escolas ajuda a desenvolver em crianças e adolescentes hábitos saudáveis na relação com o dinheiro, como a cultura de poupar e de falar sobre o tema de forma aberta no ambiente familiar. Um dos dados do estudo mostra que 34% dos jovens impactados pelo projeto da Aef afirmaram ter aprendido, depois da experiência, a importância de economizar.
Outros 24% passaram a conversar com os pais sobre educação financeira, e 21% aprenderam a usar melhor o dinheiro. A pesquisa mostrou, ainda, que 56% dos estudantes consultados possuíam cofrinhos em casa para guardar suas economias. Desses, 30% tinham o objetivo de ajudar os pais com as economias e 41% pretendiam continuar poupando.
O Programa de Apoio à Implementação da BNCC (ProBncc) já aplicou mais R$ 200 milhões em apoio para estados e municípios revisarem documentos curriculares, de forma a se alinharem à base, segundo o MEC. No âmbito do ProBncc, o Ministério oferece formação para multiplicadores nos estados e municípios. As secretarias de Educação, por meio desses multiplicadores, devem estimular os professores a abordarem a educação financeira de forma transversal, nas várias disciplinas, de maneira contextualizada para a realidade local.
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