Troca do consumidor fez pernil com osso ficar 6% mais caro; cortes bovinos ficaram, em média, 4,5% mais baratos nos últimos 15 dias
Imagem: Andreas Lischka / Pixaby
Depois de sofrer altas consecutivas e de contribuir para o avanço da inflação, a carne de boi ficou, em média, 4,5% mais barata em Belo Horizonte e na região metropolitana nos últimos 15 dias, de acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira (23) pelo site Mercado Mineiro. Enquanto isso, os preços das carnes de porco e frango continuam a subir.
A maior queda é a do valor médio da peça de alcatra, que era de R$ 36,26 no dia 3 de dezembro e passou para R$ 33,98 no dia 17, uma redução de 6,29%. O preço do quilo do contrafilé caiu 5,66% no período, de R$ 37,45 para R$ 35,33, e o pedaço do chã de dentro ficou 5,52% mais barato.
De acordo com o diretor do site, Feliciano Abreu, a queda se deve, principalmente, à diminuição da demanda dos consumidores por carne de boi.
“Muito provavelmente devido ao grande aumento de preço, eles deixaram a carne bovina de lado. Apesar da queda, (o preço) está muito distante ainda de voltar aos patamares anteriores”, afirma Abreu.
Todos os cortes bovinos pesquisados estão mais caros atualmente do que há 45 dias. Nesta comparação, o preço do contrafilé está 16,26% maior em relação a 5 de novembro, e o da alcatra, 12,82% superior.
O que mais subiu no período foi a fraldinha tradicional, que passou a custar R$ 24,17, ante R$ 20,14 no mês passado, uma variação de 20,01%. O aumento dos valores foi provocado pela grave crise sanitária na suinocultura da China, o que levou o país a reduzir a produção de suínos e aumentar as compras externas e a busca por outras proteínas.
Com a substituição da carne bovina nas mesas dos brasileiros, cresceu a demanda por frango e carne de porco, o que elevou o preço de ambos nos últimos 15 dias. Entre as maiores altas, estão a do pernil com osso inteiro, que passou a custar R$ 15,50, aumento de 6,09%, e a do pernil sem osso limpo, que subiu 4,77% no período – neste caso, há também uma explicação sazonal, visto que são produtos muito consumidos no Natal.
No caso do frango, a maior alta é a da asa resfriada, que ficou 3,86% mais cara nos últimos 15 dias, custando R$ 15,05. “O ovo disparou também, porque as pessoas estão consumindo mais”, diz Abreu.
Na casa da farmacêutica Raquel Pereira, 33, a família costumava comprar, principalmente, carne de boi e ovo durante a semana. Mas, desde a disparada dos preços, passou a dar preferência para outros produtos.
“Antes comprávamos contrafilé, patinho e lagarto e, agora, estamos substituindo por carne de frango, linguiça e omelete. Carne bovina tem sido umas duas vezes na semana”, conta Raquel.
Variação
O diretor destaca a importância de pesquisar os preços e verificar a qualidade das carnes antes de comprar: o preço da maminha varia 110,53% entre os estabelecimentos, de R$ 19,95 a R$ 42. O da orelha de porco, 331,44%, de R$ 2,99 a R$ 12,90.
“É preciso comprar em um lugar confiável e se certificar de que a carne está fresca”, ressalta.
Comparação
Em relação a outubro, a alta do preço das carnes é ainda maior. O contrafilé aumentou 23%, o pernil inteiro subiu 23%, e o da asa resfriada, 27%.
Por Rafaela Mansur – Jornal OTEMPO – link da notícia
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