Celulares na infância: Estudo revela impactos preocupantes na saúde mental de jovens
- ibiaemfoco
- 23 de jul.
- 2 min de leitura
Pesquisa recém-publicada no Journal of Human Development and Capabilities aponta que uso precoce de celulares pode levar a problemas como pensamentos suicidas e agressão na vida adulta jovem.

Um estudo impactante divulgado recentemente no Journal of Human Development and Capabilities acende um alerta sobre a relação entre a idade em que jovens adquirem seu primeiro smartphone e a saúde mental na fase adulta jovem. A pesquisa, parte de uma edição especial da revista, analisou dados de mais de 100.000 jovens e trouxe à tona descobertas preocupantes.
O artigo, intitulado "Protecting the Developing Mind in a Digital Age: A Global Policy Imperative" (Protegendo a Mente em Desenvolvimento na Era Digital: Um Imperativo de Política Global), revela que adquirir um smartphone antes dos 13 anos está diretamente associado a piores resultados de saúde mental na vida adulta jovem. Os sintomas mais fortemente ligados a essa aquisição precoce incluem pensamentos suicidas, agressão, distanciamento da realidade, alucinações, piora na regulação emocional e autoestima diminuída.
Os pesquisadores observaram uma clara tendência: quanto mais jovem a criança obtinha o aparelho, menor era sua pontuação na escala de saúde mental (MHQ). Por exemplo, a pontuação média para quem adquiriu o smartphone aos 13 anos foi de 30, caindo para apenas 1 para aqueles que o tiveram aos 5 anos. Essa correlação alarmante se mostrou consistente em diversas regiões e culturas, indicando uma janela crítica de vulnerabilidade durante a infância e adolescência.
Além disso, o estudo apontou um aumento nas porcentagens de jovens considerados "angustiados" ou "em dificuldades" (com cinco ou mais sintomas graves), com um crescimento de 9,5% para o sexo feminino e 7% para o sexo masculino.
Apelo por Ações Urgentes: Recomendações aos Formuladores de Políticas
Diante desses resultados alarmantes, os pesquisadores fazem um apelo por uma resposta coordenada e apresentam quatro recomendações-chave para formuladores de políticas públicas:
Educação Obrigatória em Letramento Digital e Saúde Mental: É fundamental capacitar jovens e pais para navegar de forma segura e consciente no ambiente digital.
Fiscalização Rigorosa de Violações de Idade em Mídias Sociais: Garantir que as empresas de tecnologia sejam responsabilizadas por não cumprir as regras de idade mínima.
Restrição de Acesso a Plataformas de Mídias Sociais para Menores de Idade: Especialmente para aqueles com menos de 13 anos, protegendo-os dos conteúdos e interações inadequadas.
Política de Acesso Gradual a Smartphones: Propor alternativas tecnológicas mais seguras para crianças pequenas, que permitam um desenvolvimento saudável sem os riscos associados ao uso precoce e intensivo de smartphones.
Os autores enfatizam que, diante de um nível tão significativo de sofrimento mental e funcionamento diminuído entre crianças e adolescentes, a intervenção não pode esperar. Eles defendem que o princípio da precaução é não apenas apropriado, mas necessário para proteger a saúde mental das futuras gerações e garantir que elas possam aprender, se relacionar e prosperar em um mundo cada vez mais digital.
Este estudo reforça a crescente preocupação de especialistas em saúde e desenvolvimento infantil sobre os impactos do uso precoce e excessivo de tecnologia na vida dos jovens, e destaca a urgência de ações preventivas e regulatórias para mitigar esses riscos.











































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