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Especialistas apontam "Núcleos Criminosos" em rodovias de MG e alertam para uso de drones por quadrilhas

Dados oficiais revelam que roubos de carga têm foco regional; tecnologia é arma tanto para criminosos quanto para a segurança, enquanto subnotificação prejudica o combate.


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Análises conjuntas da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) pintam um mapa preocupante da criminalidade contra o transporte de cargas no estado. Os dados indicam que as quadrilhas atuam com foco regional, utilizando municípios como bases operacionais para ataques tanto em rodovias estaduais quanto federais.


As cidades de Betim, Cachoeira de Pajeú, Salinas e Extrema lideram o ranking de ocorrências em estradas estaduais, sugerindo um padrão: as organizações criminosas controlam essas áreas, usando a malha municipal e estadual para planejar ações, atacar e, principalmente, fugir após crimes cometidos em rodovias federais.


Tecnologia a Serviço do Crime e da Prevenção


O modus operandi das quadrilhas evoluiu. Segundo Renato Werner, especialista em tecnologia aplicada à segurança, os criminosos já incorporam drones para vigilância, rádios criptografados e aplicativos de comunicação para monitorar rotas de caminhões e mapear a rotina de empresas antes de executar os roubos.


"O bloqueio inteligente desses sinais, por outro lado, pode restaurar o controle operacional às equipes de segurança, reduzindo significativamente as perdas", afirma Werner, defendendo a adoção de tecnologias de interceptação como contramedida eficaz.

Saques de Carga: O Elo entre Acidente e Crime


Um dado que chama a atenção e complica o cenário é a alta incidência de saques de cargas tombadas. Estatísticas ligam aproximadamente 31,8% dos furtos (1.962 casos) e 17% dos roubos (733 casos) a essas situações, criando uma conexão direta entre os riscos de acidentes nas estradas e a oportunidade para crimes.


Soluções em Debate: Investimento e Cooperação


Diante do desafio, a Confederação Nacional do Transporte cobra maior investimento em segurança pública, inteligência e coordenação entre as forças. Na mesma linha, a ICTS Security, consultoria internacional, recomenda um pacote de medidas: rastreamento em tempo real com bloqueio remoto de veículos, treinamento especializado, verificação rigorosa de antecedentes de trabalhadores do setor e, sobretudo, cooperação intensiva entre os setores público e privado.


PRF Prioriza Corredores e Enfrenta a Subnotificação


Marcus Vinícius de Almeida, Diretor de Operações da PRF, reconhece a complexidade do problema, mas destaca que a corporação tem usado inteligência para operar com eficácia, priorizando os principais corredores de escoamento em MG, SP e PR. Ele aponta uma diminuição nas taxas de roubo de carga desde 2023.


No entanto, Almeida faz um alerta crucial: a subnotificação à Polícia Civil é um entrave grave. "Isso dificulta a ação policial e prejudica os esforços de inteligência e combate", afirmou. Sem o registro formal e a integração completa dos dados, fica mais difícil desmontar as redes criminosas que se aproveitam das falhas no sistema.


A conclusão dos especialistas é que o combate ao roubo de carga exige uma estratégia integrada, que una tecnologia de ponta, investimento permanente em policiamento e inteligência, e uma parceria sólida entre governo e iniciativa privada para proteger um setor vital para a economia.

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