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Garçom denuncia restaurante de BH por injúria racial após ser impedido de trabalhar com tranças

Funcionário trabalhava no local há 4 meses. Em nota, o estabelecimento informou que o fato está sendo apurado internamente com todo respeito a cultura étnica.


Foto: Arquivo Pessoal.


BELO HORIZONTE/MG - Higor Antero, um garçom de 25 anos, afirmou ter sido vítima de injúria racial por uma sócia e uma contadora do restaurante Sushi Naka BH, no último sábado (19/8), na região Centro-Sul. Ele, que é negro, relatou ter sido impedido de trabalhar no estabelecimento após chegar com tranças.


O colaborador trabalhava no local há 4 meses e, ao chegar para o expediente, a sócia o impediu de trabalhar com o cabelo trançado. Em uma conversa com o marido dela, a sócia apareceu muito nervosa, o que deixou o garçom magoado.


Higor buscou ajuda com uma contadora, que atuava como gestora contábil, e recebeu como resposta mensagens ofensivas. A contadora disse que Higor "trabalha com japonês, não com brasileiro que é oba oba" e perguntou se ele "trabalhava na feira hippie" e se não iria tirar as tranças. Outras pessoas também relataram ter sofrido pressão psicológica da mesma sócia quando trabalharam no restaurante.


Após fazer a denúncia, Higor recebeu mensagens de apoio e de ex-funcionários do local. Ele registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) contra o restaurante, a sócia e a contadora.


“Para mim foi a gota d'água. Ao invés de ajuda, recebi outra pedrada. Chegando em casa chorei bastante e conversei com minha mãe”, contou Higor, em entrevista ao Jornal Estado de Minas.

O restaurante afirmou que Higor continua trabalhando lá e que a empresa não recebeu nenhum contato do garçom solicitando rescisão.


Higor registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) contra o restaurante, a sócia e a contadora. Ele também busca rescisão e não foi trabalhar na segunda-feira (21/8), quando foi às autoridades. A PCMG disse que irá apurar os fatos.


Sobre o pedido de rescisão, o restaurante diz que "o colaborador continua no quadro de funcionários e a empresa informa que até o momento não recebeu nenhum contato do colaborador. As medidas a serem tomadas a respeito da rescisão estão sendo estudadas e analisadas. Assim que forem definidas, a imprensa será comunicada."


Em nota, o estabelecimento se manifestou a respeito do episódio.


“A empresa repudia qualquer ato dessa natureza, sobretudo por sua origem oriental. O restaurante tem mais de 50% de negros em seu quadro de colaboradores e segue todas as normas e deliberações da vigilância sanitária.
A pessoa que realizou as trocas de mensagem com o colaborador já se encontra, a partir de hoje, com o contrato de prestação de serviços cancelado.
Lembramos que ela era uma profissional terceirizada e não tinha autorização para falar em nome do estabelecimento.
Ressaltamos que o fato está sendo apurado internamente com todo respeito a cultura étnica.”

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