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Trabalhadores em situação análoga à escravidão são resgatados em carvoarias no Alto Paranaíba

Eles foram encontrados em quatro propriedades rurais. Um dos integrantes é menor de idade.

Alojamento de trabalhadores em situação análoga à escravidão resgatados em carvoarias no Alto Paranaíba — Foto: Agência Regional do Trabalho de Araxá/Divulgação


Quinze trabalhadores em situação análoga à escravidão, entre eles um menor de idade, foram resgatados de carvoarias nas cidades de Araxá, Ibiá e Perdizes, no Alto Paranaíba.

O grupo foi levado para um hotel e foram instruídos acerca dos direitos trabalhistas.


A Agência Regional do Trabalho de Araxá informou que a operação ocorreu na última terça-feira (19) e contou com a participação de uma equipe estadual de fiscalização composta por auditores-fiscais e procurador do trabalho.


Segundo a agência, os trabalhadores foram encontrados em quatro propriedades rurais e estavam envolvidos nas atividades relacionadas à produção de carvão vegetal.


As vítimas estavam alojadas em barracos de lona e tapumes, em espaços deteriorados e sem a mínima condição habitacional.


Conforme a regional do trabalho, a alimentação era precariamente acondicionada, uma vez que não existia energia elétrica nos locais.


Não havia banheiro ou instalações sanitárias nos locais, e as necessidades fisiológicas eram feitas em área aberta nas proximidades dos alojamentos.


De acordo com a entidade, o empregador improvisou pequenas estruturas de lona para que os trabalhadores pudessem tomar banho, sendo que a água aquecida em baldes e o corpo lavado com o uso de canecas.

Comida ficava ao ar livre no alojamento de trabalhadores resgatados em carvoarias no Alto Paranaíba — Foto: Agência Regional do Trabalho de Araxá/Divulgação

Informalidade

Nenhum dos empregados teve a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) anotada, e alguns deles estavam há quatro meses sem receber o salário integral, recebendo apenas alguns adiantamentos.


O fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) era inapropriado e os trabalhadores não foram submetidos a exames médicos admissionais.

De acordo com a agência, um deles havia sofrido uma picada de escorpião e outro teve o dedo mínimo ferido por uma tora de madeira. Mas, nenhuma das feridas teve o tratamento adequado, devido a falta de materiais de primeiros socorros no local.


Orientações

Todos foram retirados dos alojamentos e instalados em hotel em Araxá. A equipe que esteve no local calculou em cerca de R$ 75 mil de verbas salariais e rescisórias eram devidas aos trabalhadores.

Todos eles receberam os valores devidos nesta quinta-feira (21), segundo a Agência Regional do Trabalho.


O grupo também recebeu as guias de Seguro-Desemprego para o Trabalhador Resgatado, onde contam as três parcelas do benefício.


Os trabalhadores migrantes serão encaminhados às suas cidades de origem – São João do Paraíso, Rio Pardo de Minas, que ficam no norte do Estado.


A agência disse que cópia do relatório circunstanciado da inspeção será encaminhada ao Ministério Público do Trabalho e Ministério Público Federal para que as providências sejam tomadas.


Por G1 Triângulo e Alto Paranaíba

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