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Júri absolve homem acusado de matar ex-vereador de Patrocínio

Segundo o júri, o réu agiu em legítima defesa. Decisão deixou a família e amigos do ex-vereador revoltados.

Imagem: Patrocínio Online Line/Divulgação.


O ex-secretário municipal de Obras de Patrocínio, Jorge Marra, acusado de homicídio duplamente qualificado contra o ex-vereador da cidade, Cássio Remis, foi absolvido por júri popular em um julgamento que durou mais de 15 horas. O júri, composto por sete jurados, considerou que o réu agiu em “legítima defesa”. O advogado da acusação informou que já recorreu da decisão.


Marra foi condenado a 2 anos e 10 dias de prisão, por porte ilegal de arma de fogo. Como ele estava preso desde a data do crime, em setembro de 2020, a pena já foi cumprida. O juiz Serlon Silva Santos, responsável por comandar o julgamento, já expediu um alvará de soltura para Marra.

Após a leitura da sentença que absolveu Marra, o advogado de defesa, Sérgio Leonardo, afirmou ao site Patrocínio On Line que sempre confiou na sociedade local.


“A sociedade representada pelos sete jurados julgou e absolveu o senhor Jorge Marra porque entendeu que ele agiu em legítima defesa. Tínhamos certeza que a Justiça seria feita e como foi", comemorou.


A decisão do júri deixou o advogado de acusação, Márcio Grossi, desconsolado.


“A decisão contrariou todas as provas dos autos. Isso demonstrou que, de fato, assim como sustentou a acusação a todo tempo, o alto poder político e econômico da família (de Marra) interferiu diretamente na decisão do conselho de sentença”, comentou.

Grossi apresentou recurso pedindo a anulação do julgamento.


“Estava claro no processo que o Cássio foi assassinado, correndo, com um tiro pelas costas, de forma cruel, bárbara, desnecessária. Os jurados entenderam que ele (Jorge Marra) agiu em legítima defesa, quando o Cássio estava fugindo do autor da execução”, completou.


Durante uma coletiva de imprensa, a mãe de Cássio Remis lamentou muito a desfecho do julgamento, e comparou a decisão com a vivida pela Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo.


“O filho dela foi assassinado por defender o povo, ensinar o amor e fazer o que é certo e ainda os assassinos dele continuaram libertos. E o meu caso foi a mesma coisa. Obrigado meu Deus e me dê paciência, tolerância e amor, sobretudo, a partir de agora, porque vou precisar. Fiquei completamente desnorteada com essa notícia”, lamentou.

Nayara Remis, viúva de Cássio, também agiu com indignação.


“Hoje foi provado que o Cássio não morreu, os jurados confirmaram isso, que ele não está morto e que ele não levou tiros na cabeça. Então, segundo os jurados, eu vou voltar para casa e vou estar encontrando com o meu marido. Estou extremamente decepcionada com a decisão. Acho que não tenho a sabedoria da ‘Chiquita’ (mãe de Cássio) para nesse momento agradecer. Eu não acredito que aqueles jurados não tenham recebido nada e, desde o início, eu não queria que esse júri fosse aqui em Patrocínio. Eu não confio na população daqui porque eles provaram que se vendem”, opinou.


O crime


Em setembro de 2020, Jorge Marra, irmão do prefeito de Patrocínio, Deiró Marra (DEM), matou com cinco disparos de revólver o ex-vereador da cidade Cássio Remis, logo após ele fazer uma transmissão ao vivo, na Avenida João Alves do Nascimento, onde afirmou que funcionários da Prefeitura estariam fazendo serviços particulares de frente ao comitê de campanha do atual prefeito, Deiró Marra.


Jorge Marra chegou ao local, tomou o celular de Cássio, entrou em um carro e seguiu em direção a Secretaria de Obras. Cássio foi atrás e na entrada da Secretaria, a vítima tentou pegar seu celular de volta, mas foi baleado por Marra, que fugiu do local.


O crime foi flagrado por câmeras de segurança e compartilhado nas redes sociais.


Com informações do Jornal O Estado de Minas.


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