Polícia conclui investigação sobre morte de criança em São Gotardo; casal é indiciado
- ibiaemfoco
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Laudo aponta morte por peritonite e septicemia aguda causada por trauma violento no abdômen; casal apresentou versões contraditórias e está preso desde julho.

A Polícia Civil de Minas Gerais divulgou na terça-feira (26) o resultado do inquérito que apura a morte de uma menina de 4 anos, ocorrida em 17 de julho, em São Gotardo. A criança chegou sem vida ao Hospital Municipal, e exames periciais confirmaram que ela morreu em decorrência de peritonite e septicemia aguda — infecções graves provocadas por uma ruptura no intestino delgado, causada por um trauma violento.
Segundo as investigações, o padrasto da vítima teria agredido a criança com murros na barriga, o que pode ter provocado o ferimento fatal. A mãe, de 30 anos, sabia das agressões e foi considerada conivente. Ambos foram indiciados por feminicídio, com agravante por se tratar de uma vítima menor de 14 anos. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
O caso chamou atenção pela sequência de versões contraditórias apresentadas pelo casal. Inicialmente, alegaram que a menina havia sofrido um mal súbito. Depois, mudaram o relato, afirmando que ela teria caído de um veículo no dia anterior. Nenhuma das versões foi confirmada pelas imagens de câmeras de segurança analisadas pela polícia.
A equipe médica que atendeu a criança identificou ferimentos no rosto, costas e abdômen, incompatíveis com os relatos dos responsáveis, e acionou a Polícia Militar. A investigação revelou ainda que o comportamento do casal levantou suspeitas desde o início.
Com base nas contradições dos depoimentos e nas evidências reunidas, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva dos dois, que foi cumprida no dia 30 de julho. Eles seguem detidos enquanto o processo judicial avança.
Afeto deveria ser regra
Esse caso é devastador. A morte de uma menina de apenas 4 anos, provocada por agressões dentro do próprio lar, escancara uma realidade brutal: muitas crianças vivem em ambientes onde o afeto deveria ser regra, mas a violência é rotina. E o mais estarrecedor é que, segundo a investigação, a mãe sabia das agressões e escolheu o silêncio — uma omissão que também mata.
Não foi acidente, não foi mal súbito. Foi espancamento. Quando os responsáveis por proteger se tornam os agressores — ou cúmplices — o sistema precisa responder com firmeza.
Esse tipo de crime não é apenas uma tragédia familiar. É um alerta social. É preciso fortalecer as redes de proteção à infância, capacitar profissionais da saúde e da educação para identificar sinais de abuso, e garantir que denúncias sejam levadas a sério e investigadas com agilidade.
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