Estudo inédito revela que 35% dos brasileiros gastam todo dinheiro da conta em apenas 36 Horas
- ibiaemfoco
- há 28 minutos
- 2 min de leitura
Pesquisa da Klavi, com base em dados reais do Open Finance, expõe a vulnerabilidade financeira das famílias, em um cenário de recorde de inadimplência no país.

Um estudo inédito realizado pela Klavi, fintech líder em inteligência de dados financeiros via Open Finance, revela um retrato preocupante da saúde financeira do brasileiro: 35% da população gasta todo o dinheiro que entra em sua conta corrente em até 36 horas após o recebimento. A pesquisa analisou as movimentações bancárias reais de mais de 7.000 pessoas em diversas instituições financeiras.
Os números mostram um padrão acelerado de "liquidação" das contas. O levantamento identificou que:
18% dos clientes gastam todo o saldo disponível em até 24 horas.
42% zeram o saldo ou chegam perto disso após 36 horas.
Mais da metade dos usuários (56%) deixam menos de R$ 100 disponíveis em suas contas após cobrir as despesas imediatas.
De acordo com a análise da fintech, esse comportamento não é um simples reflexo do consumo, mas sim da renda comprometida por dívidas, contas fixas e custos básicos.
“Os dados mostram que o brasileiro tem pouca margem de manobra financeira. O que entra na conta, em grande parte, sai quase de imediato para cobrir despesas fixas e dívidas. Isso revela um cenário de vulnerabilidade que precisa ser olhado com atenção", aponta Bruno Chan, CEO e cofundador da Klavi.
Cenário se agrava com recorde de inadimplência
A situação descrita pelo estudo ganha contornos ainda mais sérios quando confrontada com os dados mais recentes de inadimplência no país. Conforme a Serasa, o Brasil atingiu, em junho de 2025, a marca histórica de 77,8 milhões de inadimplentes. O valor médio das dívidas por pessoa ultrapassa R$ 6.000, somando um total de R$ 477 bilhões em dívidas não pagas.
Para Bruno Chan, este cenário aponta para uma população que, além de não conseguir poupar, enfrenta enormes dificuldades para sair do vermelho.
“Esse comportamento pode estar relacionado a um padrão que já identificamos em outros cenários: o uso do cheque especial como uma espécie de capital de giro pessoal”, diz o executivo.
Chan alerta para uma armadilha financeira comum:
“Muitas vezes, a conta parece ‘limpa’ porque o saldo foi recomposto, mas isso ocorreu com recursos do próprio limite do cheque especial, um crédito caro e de alto risco. Esse movimento, somado a gastos recorrentes acima da renda, cria um terreno fértil para o endividamento crônico”.
A análise final da Klavi é um alerta: sem um planejamento financeiro sólido, políticas de crédito mais responsáveis e iniciativas efetivas de renegociação de dívidas, o ciclo de vulnerabilidade e endividamento tende a se perpetuar, tornando-se cada vez mais difícil de ser quebrado pela população.