Governo cria auxílio financeiro para pacientes com câncer que viajam para fazer radioterapia pelo SUS
- ibiaemfoco
- há 28 minutos
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O benefício prevê valores diários para transporte, hospedagem e alimentação, com o objetivo de reduzir o abandono de tratamento e ampliar o acesso ao atendimento oncológico em todo o país.

O Governo Federal lançou um pacote de medidas para fortalecer o atendimento a pacientes com câncer no Sistema Único de Saúde (SUS). O anuncio foi feito nesta terça-feira (22), pelo Ministério da Saúde. Entre as ações, destaca-se o novo auxílio financeiro que garante apoio a quem precisa viajar para realizar sessões de radioterapia em outras localidades.
O benefício prevê o pagamento de R$ 150 por trajeto para transporte e mais R$ 150 por dia para hospedagem e alimentação ao paciente e acompanhante, totalizando até R$ 300 diários em despesas cobertas. Segundo o Ministério da Saúde, o auxílio busca reduzir as desigualdades regionais no acesso ao tratamento e combater um dos principais motivos de interrupção das terapias: a dificuldade de locomoção.
Atualmente, cerca de 40% dos pacientes oncológicos no SUS precisam fazer radioterapia fora da sua região de residência, percorrendo em média 145 quilômetros até o centro de tratamento mais próximo. Muitas vezes, os custos com transporte e alimentação inviabilizam a continuidade das sessões — fator que o governo pretende eliminar com a nova medida. O benefício é destinado exclusivamente a pacientes que realizam radioterapia fora da sua região de saúde. Cada secretaria deverá definir o procedimento local para solicitação e comprovação das despesas, que poderá incluir apresentação de relatórios médicos, comprovantes de deslocamento e notas fiscais.
Além do apoio direto aos pacientes, o Ministério também anunciou mudanças no financiamento dos serviços de radioterapia. O novo modelo prevê bônus financeiros para unidades que ampliarem o número de novos atendimentos, estimulando maior produtividade e reduzindo as filas.
Outra novidade é a criação da Assistência Farmacêutica Oncológica (AF-Onco), que centraliza a compra de medicamentos contra o câncer e assume custeio 100% federal, com negociações nacionais para reduzir preços e garantir distribuição mais equitativa entre os estados.
O investimento total nas ações oncológicas deve chegar a R$ 907 milhões anuais, sendo R$ 156 milhões destinados à radioterapia. O governo também abriu espaço para a participação de unidades privadas no atendimento, desde que destinem pelo menos 30% da capacidade ao SUS por, no mínimo, três anos.
De acordo com o Ministério da Saúde, as medidas integram o programa “Agora Tem Especialistas”, que visa ampliar o acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças graves, entre elas o câncer. A expectativa é que o auxílio esteja disponível já nos próximos meses, mediante regulamentação conjunta com estados e municípios.
“Essa iniciativa representa um avanço importante para garantir que nenhum paciente abandone o tratamento por falta de condições financeiras. Estamos tornando o SUS mais justo e acessível”, destacou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante o anúncio em Brasília.
Embora o programa já tenha sido instituído por portaria publicada em 20 de outubro de 2025, o início dos pagamentos ainda depende da regulamentação local. Cada estado e município deverá publicar instruções específicas sobre como os pacientes poderão se cadastrar, apresentar documentos e receber o benefício.
Enquanto isso, o Ministério da Saúde recomenda que os pacientes busquem orientação junto às Secretarias Municipais ou Estaduais de Saúde e aos assistentes sociais dos hospitais onde realizam tratamento, para acompanhamento das próximas etapas.
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