Cobrança da tarifa gera um valor de R$ 14,20 a mais a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
As intensas chuvas que caíram em Minas Gerais no início do ano de 2022 fez com que o estado entrasse em excesso hídrico. Essa informação foi transmitida pelo governador Romeu Zema. Essa situação provavelmente acarretaria suspensão da cobrança da tarifa de escassez hídrica, que cobra R$ 14,20 a mais a cada 100 quilowatts-hora consumidos, mas isso não aconteceu e Zema cobrou uma posição do governo federal.
Zema disse que fez o pedido de cancelamento da cobrança devido ao impacto da pandemia na vida dos mineiros e às fortes chuvas que atingiram o estado em dezembro e janeiro.
“O Governo Federal, através do Ministério de Minas e Energia, negou a suspensão da bandeira escassez hídrica na conta de luz. O meu pedido de alívio aos mineiros foi motivado não somente pelos efeitos da pandemia, mas também pelos graves impactos recentes das chuvas em nosso Estado”, escreveu o governador em sua conta no Twitter.
A previsão inicial do governo federal era de que a taxa se mantivesse até pelo menos abril. No entanto, devido às fortes tempestades registradas entre dezembro e início de janeiro, que colocaram quase metade das cidades de Minas Gerais em estado de emergência, os reservatórios ficaram cheios e isso fez com que a pressão para que as taxas fossem suspensas em todo território estadual.
A negativa do Governo Federal em suspender a cobrança da bandeira escassez hídrica, segundo o professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, Pedro Luiz Côrtes, se deve ao fato do "sistema de distribuição de energia no Brasil ser interligado".
"Quando é aplicada uma bandeira ela incide sobre todos os estados. O fato de determinadas usinas hidrelétricas em Minas estarem em superávit não significa que essa energia será usada apenas pelo estado de Minas Gerais", explicou o professor.
