Tarifas americanas ameaçam bilhões do PIB mineiro e milhares de empregos
- ibiaemfoco
- 23 de jul.
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Estudo da FIEMG aponta perdas massivas para a economia de Minas Gerais com a taxação de 50% sobre produtos brasileiros nos EUA. Café, ferro e aço lideram a lista dos mais afetados.

Minas Gerais, um dos estados mais importantes para a economia brasileira, enfrenta um cenário desafiador com a possível implementação de tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, prevista para 1º de agosto. Essas tarifas, anunciadas recentemente, podem gerar impactos significativos no Produto Interno Bruto (PIB) mineiro e na geração de empregos.
Impactos Econômicos Diretos em Minas Gerais
Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) projeta que, mesmo sem uma retaliação brasileira, as tarifas americanas podem resultar em uma perda de até R$ 21,5 bilhões no PIB de Minas Gerais em um prazo de 5 a 10 anos. Em um cenário mais grave, que inclua retaliação mútua e fuga de investimentos, as perdas para o PIB mineiro poderiam chegar a R$ 63,8 bilhões, com mais de 443 mil empregos comprometidos.
Minas Gerais é o terceiro maior exportador para os Estados Unidos, com um volume de US$ 4,62 bilhões em produtos enviados em 2024, o que representa 2,3% do PIB estadual. Essa forte dependência do mercado americano torna o estado particularmente vulnerável a medidas protecionistas.
Setores Mais Afetados
Os principais produtos mineiros afetados pelas tarifas americanas seriam:
Café: Minas Gerais é um dos maiores produtores de café do Brasil e este é um dos seus principais produtos de exportação para os EUA, representando cerca de 33,1% das exportações mineiras para o país.
Ferro e Aço: A siderurgia mineira, que inclui ferro-gusa e ferroligas, é outro setor crítico, com 29,2% das exportações para os EUA. A produção de ferro-gusa e ferroligas, por exemplo, pode registrar perdas de até 11,9% com as tarifas.
Máquinas e Materiais Elétricos: Este setor também deve sentir o impacto das novas barreiras comerciais.
Outros segmentos vulneráveis incluem produtos minerais não metálicos e serviços.
A indústria de transformação e mineração, pilares da economia mineira, serão duramente atingidas, com desdobramentos em toda a cadeia de fornecedores e prestadores de serviços.
Cenário de Retaliação e Efeitos Amplificados
Caso o Brasil decida retaliar, aplicando tarifas semelhantes aos produtos americanos, o impacto seria ainda mais severo. As projeções indicam que as perdas para o PIB mineiro poderiam aumentar consideravelmente, além de afetar um número ainda maior de postos de trabalho e reduzir a arrecadação de impostos. A FIEMG alerta que essa resposta recíproca poderia gerar efeitos inflacionários no Brasil, tornando a situação ainda mais complexa.
O Caminho da Diplomacia
Diante deste cenário, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) e outras entidades defendem que a via diplomática é o caminho mais inteligente e eficaz para resolver a questão. A manutenção de um fluxo comercial ativo e complementar entre as duas economias é fundamental para evitar prejuízos ainda maiores e preservar a competitividade das empresas mineiras. A busca por um acordo que evite a vigência das tarifas é crucial para proteger os empregos e a estabilidade econômica de Minas Gerais e do Brasil.
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