Araxá: a capital mundial do nióbio e a chave do futuro tecnológico

Cidade mineira concentra 90% da produção global do mineral estratégico e posiciona o Brasil como líder na nova corrida por recursos.

Araxá, no interior de Minas Gerais, voltou a ganhar destaque no cenário nacional e internacional após uma reportagem publicada pelo Correio Braziliense revelar que o município é um dos maiores detentores de reservas de nióbio e minerais raros do mundo. Ao lado de São Gabriel da Cachoeira (AM), a cidade mineira lidera a lista de localidades brasileiras que concentram riquezas minerais essenciais para a economia global, reforçando o papel estratégico do Brasil no abastecimento desses recursos. 

Segundo a publicação, o país detém cerca de 95% das reservas mundiais de nióbio, e Araxá é o epicentro dessa potência mineral. A jazida de pirocloro explorada pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) é considerada a maior do planeta, respondendo por aproximadamente 90% da produção global de ferro-nióbio – material crucial para a indústria de ligas metálicas, setor aeroespacial e eletrônicos. 

Além do nióbio, a região abriga reservas significativas de fosfato, titânio, vanádio e terras raras, elementos vitais para a fabricação de baterias de alta performance, turbinas eólicas, equipamentos médicos, sistemas de defesa e tecnologias de ponta. A reportagem destaca que esses recursos colocam o Brasil em uma posição geopolítica privilegiada, especialmente em um momento em que nações buscam reduzir sua dependência de fornecedores tradicionais, como a China. 

Impacto Econômico e Futuro Sustentável 

Em Araxá, a abundância mineral já se traduz em desenvolvimento econômico. A cadeia produtiva local gera milhares de empregos, atrai investimentos internacionais e movimenta setores como logística, pesquisa e tecnologia. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de exploração sustentável e agregação de valor aos minérios, evitando que o país exporte apenas matéria-prima bruta. 

Com olhos do mundo voltados para suas riquezas, Araxá reafirma seu lugar no mapa global dos recursos estratégicos – e o Brasil consolida seu potencial como uma das maiores potências minerais do século XXI.