Ruptura de 500 metros na crosta terrestre foi a causa do tremor em Araxá

Fratura equivalente a cinco campos de futebol causou abalo sísmico sentido também em Perdizes, Nova Ponte e Ibiá, na noite de sexta-feira.

Imagem: Prefeitura de Araxá

Uma fratura de aproximadamente 500 metros de extensão nas rochas da crosta terrestre – equivalente ao comprimento de cinco campos de futebol enfileirados – foi a causa do tremor de magnitude 3.9 na escala Richter registrado em Araxá, na noite da última sexta-feira (12). O abalo, que ocorreu às 22h10, também foi sentido por moradores de cidades vizinhas como Perdizes, Ibiá e Nova Ponte.

De acordo com o sismólogo Bruno Collaço, do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), existe uma relação direta entre o tamanho da ruptura e a magnitude do sismo.

“Essa ruptura acontece dentro da Placa da América do Sul, que é a placa tectônica onde está localizado o Brasil. É esse movimento interno, essa quebra nas rochas em profundidade, que libera a energia e provoca o tremor sentido na superfície”, explicou o especialista.

Evento foi percebido em várias cidades

Através do sistema “Sentiu Aí?”, da USP, mais de 50 relatos de moradores que perceberam o tremor foram recebidos. A Defesa Civil e a Prefeitura de Araxá emitiram uma nota por volta das 23h40 informando que, até aquele momento, não havia registros de danos materiais ou feridos. O Sistema Android de Alertas de Terremoto chegou a enviar notificações indicando intensidade de 4.4, valor não confirmado pelos sismólogos da USP.

Tremores desta magnitude (3.9) são menos frequentes no Brasil, ocorrendo em média duas vezes ao ano. A região de Araxá, assim como grande parte de Minas Gerais, tem histórico de atividade sísmica. O último evento registrado na área aconteceu em 15 de dezembro de 2024, com magnitude 3.1.

Barragens monitoradas e orientações

A Prefeitura de Araxá informou que as mineradoras do município foram acionadas e que as barragens instaladas na cidade permanecem estáveis. As estruturas passarão por monitoramento preventivo para verificar qualquer alteração pós-evento.

A Defesa Civil divulgou recomendações de segurança para a população:

• Manter a calma e procurar locais seguros durante um tremor;

• Afastar-se de janelas, vidros, prateleiras e objetos que possam cair;

• Se estiver na rua, dirigir-se para áreas abertas, longe de construções e postes;

• Evitar o uso de elevadores e não propagar informações não oficiais.

  
  

O Centro de Sismologia da USP reforça que tremores de terra não podem ser previstos, não sendo possível afirmar a ocorrência de novos abalos. Em caso de emergência, a Defesa Civil deve ser acionada pelo telefone 199.